Queen não gostava que fãs cantassem em shows, revela Brian May

Para quem lembra do icônico show do Queen no Rock In Rio em 1985, em que milhares de vozes entoaram “Love Of My Life”, emocionando a banda, é difícil acreditar que, no começo, os integrantes do grupo britânico não gostavam muito do coro durante seus shows. Em recente entrevista, contudo, Brian May revelou que os músicos costumavam se irritar um pouco com esse costume dos fãs.

“Tivemos bons seguidores, [mas] tínhamos essa coisa em que as pessoas insistiam em cantar nossas músicas. E acho que ficávamos bastante irritados com isso”, revelou o guitarrista do Queen, em entrevista à última edição da Total Guitar (via Guitar).

Acontece que, para os músicos, parecia mais interessante que os fãs escutassem as composições, ao invés de cantá-las junto do vocalista. “Pensávamos: ‘Pessoal, apenas ouçam. Estamos trabalhando muito duro, então escutem!’ Mas eles eram imparáveis, cantavam cada palavra de cada música”, lembrou May.

“Quando o Led Zeppelin tocava, os fãs ouviam. Eles batiam a cabeça e ouviam. Então pensava nos nossos shows e era como: ‘por que vocês, seus desgraçados, não ouvem em vez de cantar?’,” brincou.

Curiosamente, para a sorte dos fãs, o desconforto com as muitas vozes que acompanhavam Freddie Mercury nos shows abriu portas para um dos maiores sucessos do Queen. Isso porque, quando perceberam que não poderiam mais impedir a plateia de cantar nos shows, a banda decidiu tirar proveito da situação e criaram uma composição que pedia pela participação, dessa vez proposital, dos fãs.

“Eu disse a Freddie: ‘talvez, em vez de lutar contra isso, devêssemos encorajá-los. Talvez devêssemos aproveitar esse tipo de energia que parece estar acontecendo’. Se eles podem cantar, o que eles cantariam? E com isso, eu podia ouvir na minha cabeça: ‘Nós vamos, nós vamos balançar você!’.”

Nasceu, então, a histórica “We Will Rock You”, um dos maiores sucessos da história do Queen, cujas letra e batida ficaram marcadas na indústria do entretenimento. “Eu esperava que isso se tornasse algo que pegasse. Teríamos uma música que seria conduzida pelo público. Então é por isso que não há bateria lá… Foi tudo com o objetivo de envolver o público… de alguma forma funcionou”, lembrou May.

Fonte: Rolling Stone

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