O Metallica é um dos grandes nomes da história do metal, isso todo mundo sabe, mas noites como a do dia 05 de maio de 2022 servem pra reforçar o tamanho da banda e o da legião de fãs que o grupo tem. Mais de 40 mil fanáticos se juntaram para celebrar carreira e legado do quarteto em um dos maiores públicos da história de Porto Alegre. O show previsto para abril de 2020 foi adiado e ameaçou não acontecer, no entanto, vinte e cinco meses depois o grupo aterrissou pela terceira vez na capital gaúcha.
Em 2020, a apresentação estava prevista para Arena do Grêmio, mas ao ser remarcado teve seu local alterado para o Estacionamento da FIERGS e, apesar do espaço grande para receber o público, a localização afastada e os acessos limitados causaram grande tumulto. Chegar ao local exigiu paciência e tempo. A nossa locomoção levou mais de 2h, fazendo com que perdesse o show de abertura da Ego Kill Talent. A saída foi outro desafio. Sinal de Internet? Esquece.
O Greta Van Fleet fez sua participação abrindo os trabalhos. O grupo, que conquistou uma grande popularidade sendo uma das “novas salvações do rock” e a “versão moderna do Led Zeppelin”, fez um show mostrando exatamente o que se ouve nos álbuns: Um som bom, um vocal único e potente. Alternando faixas de seus três álbuns, o show agradou os fãs do grupo sem alterar a opinião de quem não os admira.
Às 21h começa a tocar It’s a Long Way to The Top (If you wanna Rock N Roll), do AC/DC, deixando todos atentos. The Ecstasy Of Gold começa e, em seguida, Whiplash, clássico do primeiro álbum da banda, Kill ‘Em All, de 1983. Ride The Lighting manteve a velha era do Metallica. Já na sequência a primeira surpresa da noite: Em tempos de internet e velocidade da informação, o show anterior do grupo já se encontra completo no YouTube e o setlist ao alcance de todos, mas a banda veio um set diferente trazendo outra antiga: Harvester of Sorrow, de ..And Justice for All.
Os fãs antigos do grupo foram contemplados com mais uma trinca matadora composta por Seek and Destroy, No Remorse e One. Apesar do repertório avassalador, não se via uma conexão entre banda e público. O Metallica parecia distante, de forma automática e sem nenhuma interação com o público presente. E mais, a plateia parecia esperar algo a mais da banda.
Vem a primeira do mega popular Black Álbum: Sad But True! O álbum que divide opiniões é inegavelmente um sucesso, mas também define uma segunda fase do grupo que arrebatou milhões de fãs, entretanto, torceu o nariz de tantos outros. A faixa agrada em cheio o público, que logo deu lugar a uma das grandes composições atuais do grupo: Moth Into Flame, que veio embalada com pirotecnia, o que aqueceu toda a FIERGS.
The Unforgiven acalma a todos, mas outra volta ao passado acontece com For Whom the Bell Tolls e Fuel, do polêmico disco Reload. Outra surpresa da noite é Welcome Home (Sanitarium), que antecede a pesada Master of Puppets. A dobradinha vem para encerrar a primeira parte.
Para o bis vem mais uma pancada: Blackened. Dois dos grandes hits ficaram para o final: a balada Nothing Else Matters, que é cantada em uníssono e o mega hit Enter Sandman que vem para finalizar a noite. Foi com essas músicas que a banda finalmente se conectou com todos os presentes, pena que tarde demais.
Agradar os fãs do Metallica não é uma tarefa fácil, o grupo tem fãs de diferentes fases e precisa mesclar bem o seu setlist para todos e nisso a banda acertou. Todas as fases – que importam, diga-se de passagem – foram representadas. Em sua terceira passagem pela cidade, o Metallica fez seu maior show, mostrando que o grupo segue arrecadando fãs e prometendo retornar em breve.