É quase unanimidade que os fãs do Iron Maiden consideram, a grosso modo, apenas três formações do grupo, onde a peça chave é o vocalista. Tendo tal ideia como premissa, a Donzela de Ferro contou com as seguintes encarnações: primeira, com Paul Di’ Anno como frontman; segunda, talvez a mais importante aos fãs, que é com Bruce Dickinson liderando o centro do palco e, por fim, a mais subestimada que é com o vocalista Blaze Bayley.
No entanto, desde sua formação em dezembro de 1975, a banda passou por inúmeras mudanças em sua “grade de funcionários”, com danças da cadeira ocorrendo. Além do já citado posto de vocalista, as vagas de guitarrista e baterista também sofreram inúmeras alterações. Com isso, é seguro afirmar que o Maiden, desde seu momento embrionário, até os dias atuais, o Maiden já contou com doze formações.
A ideia a seguir é mostrar o período, a formação e um breve comentário sobre o momento em que a banda vivia em tal época. Que comecem os jogos (via Ultimate Classic Rock)!
1975-76:
Steve Harris / Paul Day / Dave Sullivan / Terry Rance / Ron Matthews
O Iron Maiden foi fundado no dia de Natal de 1975, pelo baixista Steve Harris. O primeiro vocalista da banda fora Paul Day, todavia, fora substituído por Dennis Wilcock, devido a sua falta de carisma. Tal formação ainda contou, por pouco tempo, com os guitarristas Dave Sullivan e Terry Rance. Harris não levou fé na dupla, com isso, achou melhor despedi-los e chamar Dave Murray, que, eventualmente, se tornaria o seu braço direito até os dias atuais.
1976-77:
Steve Harris / Dennis Wilcock / Dave Murray / Ron Matthews / Bob Sawyer
Além dos remanescentes da primeira encarnação, a banda incorporou Dennis Wilcock, que teimava puxar o Maiden para a linha do teatral schock rock, estilo abraçado pelo KISS e Alice Cooper, o que batia de frente com os planos do Big Boss, Steve Harris. A posição intransigente de Wilcock também rendeu rusgas com Murray e Matthews, levando-os a sair do grupo. O guitarrista Bob Sawyer chegou a dar as caras no grupo, mas, rapidamente, entrou em conflito com Harris, pois queria ofuscar o trabalho de todos os outros músicos.
1977:
Steve Harris / Dennis Wilcock / Terry Wapram / Thunderstick / Tony Moore
Como resultado de tudo isso, o ano de 1977 foi particularmente bem confuso na história do Iron Maiden. Terry Wapram, guitarrista contratado para substituir Dave Murray, conseguiu ficar por um tempo, mas o baterista Barry ‘Thunderstick’ Purvis, entretanto, nunca se encaixou na banda, além disso, a única tentativa do Maiden de trabalhar com um tecladista, Tony Moore, durou, supostamente, um show.
1977-78:
Steve Harris / Dennis Wilcock / Terry Wapram / Doug Sampson
O Iron Maiden fora um quarteto durante o inverno de 1977 e 1978, mas uma adição crucial veio por meio de seu próximo baterista, Doug Sampson, que havia tocado com Harris em um grupo anterior, Smiler, e permaneceu com a banda pelos próximos dois anos. Foi Sampson quem esteve na ‘batera’ durante a ascensão do Maiden na famosa New Wave of British Heavy Metal, além disso, o músico tocou na lendária demo de 1979, The Soundhouse Tapes, trabalho que rendeu à banda um contrato com a EMI Records.
1978-79:
Steve Harris / Dave Murray / Doug Sampson / Paul Di’Anno / Paul Cairns
Mas antes de chegarem à terra prometida, o Iron Maiden ainda teve que passar por algumas mudanças cruciais na formação: o retorno de Dave Murray e a saída de Dennis Wilcock, que abriu as portas para um jovem cantor chamado Paul Di’Anno. Saiu também Terry Wapram, que não gostava de dividir as linhas de guitarra com ninguém. Uma série de substitutos para vaga em aberto surgiram como Paul Todd, Tony Parsons e Paul Cairns. Vale comentar que fora Cairns quem tocou no já mencionado Soundhouse Tapes, embora ele não tenha sido creditado.
1979-80:
Steve Harris / Dave Murray / Paul Di’Anno / Clive Burr / Dennis Stratton
A busca árdua do Iron por um segundo guitarrista satisfatório finalmente aconteceu com o recrutamento do talentoso e experiente Dennis Stratton, mas o período relativamente longo de estabilidade de sua bateria estava prestes a terminar, junto com a permanência de Doug Sampson no grupo.
Desta vez, o problema não era pessoal, mas sim a saúde precária de Sampson, que ia de encontro ao aumento da carga de trabalho do grupo, que continuava a aumentar semana a semana. Não querendo correr nenhum risco, Steve Harris tomou a difícil decisão de demitir Sampson e contratar Clive Burr, que completou a formação de cinco membros e gravou o álbum de estreia do grupo, Iron Maiden, nas primeiras semanas de 1980.
1980-81:
Steve Harris / Dave Murray / Paul Di’Anno / Clive Burr / Adrian Smith
O Iron Maiden caiu na estrada assim que seu primeiro álbum chegou às lojas, começando no Reino Unido antes de cruzar a Europa abrindo para o KISS. Foi nesse período que Dennis Stratton começou a se distanciar de seus companheiros de banda. Essa atitude simplesmente não funcionaria com Harris e o empresário do Maiden, Rod Smallwood, que prontamente demitiu Stratton no final da turnê e chamou um velho amigo de Dave Murray, Adrian Smith, que recentemente havia desistido de sua própria banda, Urchin. O grupo silenciou qualquer dúvida sobre o seu som com a chegada de seu segundo trabalho, Killers, de 1981.
1981-82:
Steve Harris / Dave Murray / Clive Burr / Adrian Smith / Bruce Dickinson
Mas os problemas de formação da banda estavam longe de acabar! O cantor Paul Di’Anno começou agitar o coreto com o uso de drogas e álcool, que vinha crescendo a cada dia e colocava a agenda do grupo em risco. Então, depois de concordar mutuamente que seria do interesse de todos seguir caminhos separados, o Maiden agiu rapidamente para “roubar” o jovem vocalista do Samson, Bruce Dickinson, o que contribuiria para o sucesso do álbum The Number of the Beast, de 1982.
1982-90:
Steve Harris / Dave Murray / Adrian Smith / Bruce Dickinson / Nicko McBrain
O Iron Maiden era uma ‘besta malvada’ quando partiu para conquistar os Estados Unidos com a Beast on the Road, mas as crescentes pressões do sucesso começaram a empurrar o baterista Clive Burr para o abuso de álcool, o que comprometia a sua capacidade de se apresentar noite após noite. Mais uma vez, Steve Harris mostrou pouca paciência com esse tipo de comportamento e recrutou o baterista Nicko McBrain para o álbum seguinte: Piece of Mind, de 1983.
Finalmente, a formação clássica do Iron Maiden! Contrariando todas as tendências que vieram antes, esse quinteto continuaria e prosperaria, inalterado, até o final dos anos 80, estabelecendo firmemente seu legado com álbuns incríveis como Powerslave (1984), Somewhere in Time (1986) e Seventh Son of a Seventh Son (1988).
1990-93:
Steve Harris / Dave Murray / Bruce Dickinson / Nicko McBrain / Janick Gers
Como dizem os mais antigos: ‘Tudo tem um fim’. Em 1990, o grupo de despediu do guitarrista Adrian Smith, que desaprovava a direção básica e simplista adotada para o próximo álbum, No Prayer for the Dying (1990).
A vaga fora preenchida pelo ex-guitarrista do White Spirit e Gillan, Janick Gers, que recentemente havia tocado no álbum de estreia de Bruce Dickinson, Tattooed Millionaire, e forneceu uma transição quase perfeita entre No Prayer for the Dying e seu sucessor, Fear of the Dark, de 1992.
1994-99:
Steve Harris / Dave Murray / Nicko McBrain / Janick Gers / Blaze Bailey
Mas logo fora a vez de Dickinson sucumbir ao desejo criativo de viajar e fazer projetos paralelos! O cantor deixou o Iron Maiden para o que se provou ser uma carreira solo ‘colorida’, com álbuns mostrando diferentes facetas do músico. Já Steve Harris, com a ausência de Dickinson, recrutou Blaze Bailey, vocalista relativamente conhecido pelo público do Reino Unido. Apesar do trabalho deveras complicado de substituir Bruce, Bailey gravou dois trabalhos de estúdio com a banda: The X Factor, de 1995, e Virtual XI, de 1998.
1999-Present:
Steve Harris / Dave Murray / Nicko McBrain / Janick Gers / Bruce Dickinson / Adrian Smith
O novo milênio trouxe consigo um espírito de reconciliação que enterrou todos os problemas passados e acolheu Bruce Dickinson e Adrian Smith de volta à família Maiden. Melhor ainda, Janick Gers manteve a sua posição, com isso estava formada ‘muralha guitarrística’ do grupo, em parceria com Smith e Dave Murray, enquanto Harris e McBrain lideravam as linhas rítmicas e Dickinson expandia os limites musicais da banda, o Maiden era uma versão ainda mais poderosa do passado, ou seja, um sexteto pronto para dominar o universo metal com álbuns como Brave New World (2000), Dance of Death (2003), A Matter of Life and Death (2006), The Final Frontier (2010), The Book of Souls (2015) e Senjutsu (2021).