Radar RockBizz: Helloween – O Pilar Do Power Metal Germânico

A década de 1980 fora, sem dúvida, o apogeu para o heavy metal, o gênero musical ganhou espaço no mainstream e na grande mídia, inúmeros grupos saíram dos becos escuros e sombrios do underground e foram direto para os principais palcos do planeta. Além disso, o estilo foi o ponto de partida para novos sub-gêneros e híbridos como o thrash metal, death metal, black metal e power metal.

Na jurisdição do power metal, o Helloween, que é reconhecida como uma das bandas mais seminais, prolíficas e reverenciadas dos últimos 40 anos, instituiu as fronteiras, a sonoridade, em suma, o bê-a-bá do estilo, tendo como protagonista os riffs bem sacados, solos de guitarra melodiosos e, claro, as saborosas e viciantes linhas vocais.

A vasta discografia do grupo pode assustar em primeiro momento aos não iniciados, mas não se preocupe, o RockBizz fez, nas linhas a seguir, um breve guia deste importante pilar do power metal germânico.

Comece com: Keeper of the Seven Keys Part 2 (1988)

Keeper 2, como é chamado pelos íntimos, é a perfeita personificação musical do power metal, onde a meticulosa alquimia de elementos como criatividade, melodia, velocidade e boas doses de humor deram vida a uma das mais brilhantes obras da música contemporânea. O poderoso trio Eagle Fly Free, Dr. Stein e I Want Out é o primeiro passo para o fantástico mundo do Keeper 2, no entanto, vale uma caprichada audição em sons como March Of Time, Rise And Fall e Keeper Of The Seven Keys. Faixa de destaque: Eagle Fly Free

Depois experimente: The Time of the Oath (1996)

Revigorado com a entrada dos ótimos músicos: Andi Deris (vocal, ex-Pink Cream 69) e Uli Kusch (bateria), que estrearam no ótimo álbum Master of the Rings (1994), o Helloween cunhou uma obra inspirada nas profecias do médico e apotecário francês Nostradamus. Além do conteúdo lírico, o disco ganha destaque com o bem-vindo equilíbrio de força, ou seja, os riffs densos e cheios de peso de músicas como a faixa-título, We Burn, Kings Will Be Kings e Mission Motherland encontram harmonia em momentos mais intimistas e calmos como em Forever And One (Neverland), If I Knew e A Million To One. Faixa de destaque: Power

Não Perca: Better Than Raw (1998)

Apesar da agenda apertada e do cansaço físico, a banda não fez corpo mole e lançou um dos álbuns mais fortes de sua extensa discografia. Better Than Raw é como o carro esportivo dos sonhos, o qual não falta superlativos para descrever a “super máquina”. Com a máxima: time que está ganhando não se mexe, a banda acena para suas raízes em sons como Push, Falling Higher e Revelation. O álbum ainda apresenta sua pegada hard rock em I Can e seu quê pop em Hey Lord!. Faixa de destaque: Falling Higher

Também Recomendamos: Walls of Jericho (1985)

Visceral, cru e intenso são os predicados que logo vêm à cabeça na primeira audição de Walls of Jericho, e é exatamente sob esses alicerces que está edificado o álbum de estreia do grupo alemão. O estilo vocal rosnado e anasalado de Kai Hansen dão um caráter de urgência e inquietude às canções. A intro Walls of Jericho é o prenúncio de que a tempestade musical Ride The Sky não poupa os ouvidos mais sensíveis. Quer mais? Ok, mas você vai precisar de otorrino depois de ouvir as pesos-pesados Metal Invaders, Gorgar, Heavy Metal (Is The Law) e How Many Tears. Faixa de destaque: Ride The Sky

Vale A Pena Escutar: The Dark Ride (2000)

O nome do álbum é auto-explicativo e revela muito do clima pesado e azedo que pairava sob a banda nesta época. No entanto, o disco não é uma lástima e de difícil audição como uma parcela dos fãs cismam em o rotular. A paleta musical não é tão diversificada, mas garante bons momentos como em Mr. Torture, If I Could Fly, The Departed (Sun Is Going Down), I Live For Your Pain e Immortal. Faixa de destaque: If I Could Fly

Fora Da Curva: Chameleon (1993)

Mais uma vez o título do álbum é profético e mostra grandes mudanças no som da banda, saindo de cena o intenso power metal para o protagonismo do açucarado pop rock e hard rock. O resultado sonoro, bem, é até interessante se desconsiderar os registros anteriores como os Keepers 1 e 2. Posto isso e com a mente bem aberta, você poderá se divertir um bocado em temas como I Don’t Wanna Cry No More, When The Sinner, Step Out Of Hell e Longing. Faixa de destaque: When The Sinner

Evite: Pink Bubbles Go Ape (1991)

Depois de dois álbuns impecáveis, o Helloween perdeu uma peça importante, o guitarrista e vocalista Kai Hansen. A consequência, infelizmente, foi uma mansidão no som e canções mais insossas do que sopa de asilo. Pouca ou nada coisa salva no disco. The Chance, Kids Of The Century, Back On The Streets e a faixa-título tentam, mas não fazem frente aos grandes clássicos da banda. Faixa de destaque: The Chance

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