Dono de uma carreira musical impecável, o saudoso vocalista Andre Matos (1971 – 2019) foi o responsável por fundar as seminais bandas Viper, Angra e Shaman, além disso, o cantor mostrou, por exemplo, seu talento fora da jurisdição do heavy metal no incrível projeto Virgo, ao lado do amigo, o produtor e guitarrista Sascha Paeth. Sempre requisitado, Andre também atuou na Opera Rock Tommy e em projetos como Avantasia, Aina, Soulspell, entre outros.
Comprometimento com o talento e com a máxima: fale menos e faça mais, o músico construiu uma carreira repleta de sucesso, assim, vamos sugerir, nas linhas abaixo, um pequeno guia para quem não conhece ou está desatualizado em relação a obra do incrível Maestro.
Comece com: Holy Land – Angra (1996)
Uma das principais criações do heavy metal brasileiro, o álbum é a resposta definitiva ao público de que o Angra tinha uma identidade muito bem definida, e fazia questão de mostrar isso em sons poderosos como no trio Carolina IV, Holy Land e Nothing to Say. Além das melodias, solos e riffs bem sacados, o disco ganha destaque também em seu conteúdo lírico, onde conta a história da descoberta do Brasil. Faixa de destaque: Holy Land.
Depois experimente: Ritual – Shaman (2002)
Depois de deixar o Angra, Andre fundou, ao lado de Luis Mariutti (baixo), Hugo Mariutti (guitarra) e Ricardo Confessori (bateria), o grupo Shaman. O primeiro álbum da banda, Ritual, mostra um som mais direto e pesado como em Here I Am, Pride e Distant Thunder. As influências latino-americanos marcam presença em For Tomorrow, com a bem sacada introdução acústica e a flauta de pã. A desacelerada é com a bela balada Fairy Tale, onde evidencia o incrível alcance vocal de Andre. Faixa de destaque: Distant Thunder.
Não Perca: Theatre of Fate – Viper (1989)
Jovens e cheios de vontade! Sim, esses são os atributos para todos os jovens aprendizes a rockstar, no entanto, cabe também às canções concebidas por Andre e Cia – a saber Pit Passarell (baixo), Yves Passarell (guitarra), Felipe Machado (guitarra) Sérgio Facci (bateria) –, onde o vigor de sons como At Least a Chance, To Live Again e a seminal Living for the Night são as provas incontestáveis da genialidade de Matos. Faixa de destaque: Living for the Night.
Também Recomendamos: Virgo – Virgo (2001)
Longe, mas muito longe das fronteiras perigosas e intensas do heavy metal, com seus solos de guitarras mirabolantes e riffs mais pesados que Moby Dick, Virgo é um trabalho que versa em cima da pluralidade musical de Matos. As melodias e refrãos de Streets of Babylon, I Want You to Know, Fiction e Baby Doll tomarão sua audição de assalto e vão armar acampamento na sua cabeça e nunca mais sairão de lá. Ah, pode acreditar que isto é uma das melhores coisas que poderia acontecer com você. Ouça esse oásis em forma de música sem um pingo de moderação. Faixa de destaque: Streets of Babylon.
Vale A Pena Escutar: Time to Be Free – Andre Matos (2007)
Com o nome auto-explicativo, a primeira empreitada solo de Andre é o grito de independência do músico, puxando para si a responsabilidade e as rédeas de todo o direcionamento artístico do trabalho. O ritmo frenético de Letting Go, Rescue, Rio e faixa-título são a personificação perfeita do power metal à la Andre Matos, com linhas vocais cristalinas e de extremo bom gosto. Faixa de destaque: Rio.
Fora Da Curva: Fireworks – Angra (1998)
O resultado sonoro experimental pode ser considerado a essência de Fireworks, o que é ótimo sem considerarmos o resultado final do álbum, já que o clima azedo entre os músicos – Andre, Kiko Loureiro (guitarra), Rafael Bittencourt (guitarra), Luis Mariutti (baixo) e Ricardo Confessori (bateria) – repercutiu, claro, no duvidoso produto final, com canções aquém do esperado para o alto padrão de expectativa quando o assunto é Andre Matos com o Angra. No entanto, sons como Lisbon, Wings of Reality e Metal Icarus mostram que nem tudo se perde em Fireworks. Faixa de destaque: Lisbon.
Evite: Symfonia – In Paradisum (2011)
O time era só a primeira divisão do power metal mundial: Andre Matos, Timo Tolkki (guitarra, ex-Stratovarius), Uli Kusch (bateria, ex-Helloween, ex-Masterplan), Jari Kainulainen (baixo, ex-Stratovarius) e Mikko Härkin (teclado), no entanto, o resultado do jogo foi decepcionante. Ok! Não é o tipo de álbum que você coloca na caixa de areia do gato, cobre e deixa lá para o resto da eternidade. Ouça o disco na íntegra, mas sem grandes expectativas. Faixa de destaque: In Paradisum.