Assim como a maioria das bandas de rock formadas entre as décadas de 1960 e 1970 sofreram algumas desavenças depois de se tornarem grandes astros com as próprias produções, The Who não ficou fora disso. Mesmo que em 1966 eles tenham se tornado estrelas pop de “boa-fé” com “My Generation” e “Substitute”, isso não tornou a banda menos disfuncional.
Na verdade, 1966 foi um dos pontos altos do caos no The Who. Embora o grupo tenha permitido que Roger Daltrey voltasse à cantar com eles depois de ter batido no baterista, Keith Moon, a situação não era a das melhores. Durante esse período surgiram rumores de que Daltrey seria substituído.
Enquanto isso, a relação entre Moon e Pete Townshend estava em crise. Com isso, Moon começou a procurar outra banda com sede em Londres para se juntar. Na época, essa banda seria o icônico quarteto, os Beatles.
Sendo assim, Moon decidiu perguntar a Paul McCartney se eles o aceitariam. E o baixista respondeu que os Beatles não estavam procurando por um baterista. Mesmo que o Fab Four tenha passado por várias questões no final dos anos 1960, eles nunca tentaram, de fato, substituir algum integrante do grupo. Até mesmo quando Ringo Starr “saiu” da banda em 1968, eles receberam o baterista de volta de braços abertos.
Mas os esforços de Moon para encontrar uma nova banda não terminaram naquela noite. Em maio, o baterista se juntou a Jimmy Page, Jeff Beck, John Paul Jones e Nicky Hopkins no estúdio para gravar “Beck’s Bolero”. A reunião foi tão boa que o grupo considerou a começar uma banda, que Moon sugeriu chamar de “Lead Zeppelin”.
Ringo já havia percebido a vontade de Moon se juntar à algum grupo, principalmente aos Beatles, e embora não apreciasse essa substituição, os dois se tornaram amigos íntimos nos anos 1960. No documentário, The Kids Are Alright, lançado em 1978, fica claro o quanto os dois passaram a gostar da companhia um do outro.
A relação dos dois ficou tão íntima que Moon comprou o primeiro kit de bateria de Zak Starkey, filho de Starr. E isso repercutiu mais tarde quando Moon morreu. Starkey tocou bateria para o The Who na maioria das turnês e mais recentemente, participou da Moving On de 2019.
Fonte: Rolling Stone Brasil