O Soundgarden recebeu a primeira indicação ao Grammy em 1990, finalmente ganhando-a em 1994, ao levar para casa os prêmios de melhor performance de metal por “Spoonman” e melhor hard rock performance por “Black Hole Sun”. O antigo vocalista da banda Chris Cornell, morto em 2017, levou, o terceiro Grammy, pela faixa “When Bad Does Good”, escolhida como melhor performance de rock, na noite deste domingo, 10.
A música de Cornell concorria contra Arctic Monkeys, Greta Van Fleet, Hailstorm e Fever 333. A faixa integra um box de quatro discos que traziam, além de canções conhecidas, outras 11 nunca lançadas.
Dentre elas, “When Bad Does Good” é particularmente tocante, por conta de versos como “Standing beside an open grave/ Your faith decided/ Your life erased” (algo como: “Em pé, ao lado de uma cova aberta / Seu destino está decidido/ Sua vida, apagada”).
Vicky Cornell, esposa do vocalista do Soundgarden, compilou as canções do box e levou a família para a cerimônia de entrega do Grammy. Os filhos Toni e Christopher subiram ao palco para aceitar o troféu, com um discurso emocionante.
“Nunca pensei que nós estaríamos aqui sem o nosso pai”, disse Christopher. “Eu tenho certeza que ele estaria orgulhoso e honrado. Ele era um ícone do rock, o padrinho do grunge e criador de um movimento musical. Apesar de ter tocado o coração de milhões, para nós, o mais importante era que ele era conhecido como o melhor pai de todos e o nosso herói.”
A filha de Cornell, Toni, acrescentou: “A voz dele era sua forma de ver o mundo e sua música, a paz. Agradeço pela nossa mãe – seu amor, sua musa, sua salvadora e quem tem carregado o seu legado. Isso é para você, papai.”
Anteriormente, Vicky Cornell falou à Rolling Stone EUA sobre levar adiante a visão do músico. “Desde a morte repentina de Chris, eu coloquei todos os meus esforços e energias em compartilhar sua música e seu levado para os fãs ao redor do mundo”, ela disse, no ano passado.
“Eu senti que nós precisávamos criar uma coleção especial para representá-lo por inteiro: o amigo, o marido, o pai, um sujeito que assumia os riscos, um inovador, um poeta e um artista. Sua voz rouca encontrou um caminho para dentro dos corações e almas de muitos. Esse álbum é para os fãs.”
Assista ao discurso de Christopher e Toni Cornell (a partir dos 44 segundos):
https://youtu.be/elq-XKwbnZ8
Fonte: Rolling Stone Brasil