Sucesso é conseqüência de talento. Talvez seja uma afirmação que possa ecoar um tanto simplória e óbvia, diga-se, mas fora muito bem aplicada na última sexta-feira, dia 25 de Julho, no festival Volta Redonda Rock/Rio de Janeiro, quando o vocalista Blaze Bayley cantou os primeiros versos de “Lord of the Flies”.
Em uma apresentação digna de um best of, temas como as fugazes “The Launch” “Futureal” deram o tom que se manteria por toda noite. Prata da casa, o cantor sabe como se comunicar e desafiar o público brasileiro, o que colaborou, e muito, ao saldo positivo da noite.
O supra-sumo de sua estada na Donzela de Ferro veio representado sob as melodias de “Sign of the Cross”, “The Clasman”, “Man on the Edge”, “Virus”, “Como Estais Amigos” e “Judgement of Heaven”. E não pense que os destaques da noite só vieram sob temas de Donzela, afinal, canções como “Silicon Messiah”, “Kill and Destroy”, “Voices from the Past” e “Watching the Night Sky” nunca passarão despercebidas.
A única bola fora, se é possível colocar de tal forma, foi a execução da canção Fear of the Dark, visto que Blaze possui um rico e consistente trabalho autoral, o que seria deveras interessante presentear seu público com temas como: “Born as a Stranger”, “Robot” e “Soundtrack of My Life”.
É sem grandes produções, mas com grande talento aliado a simplicidade e carisma, que o vocalista rechaça qualquer maledicência a sua trajetória artística. Tais predicados talvez sejam o que poucos têm e muitos desejam, e nesse quesito Blaze Bayley ganha, mais uma vez, merecida adulação, visto tamanha consideração ao se comunicar e relacionar com o público, distanciando da postura ultrajante de pseudo-rockstars.
Com dignidade Blaze conduz sua carreira. Ame-o ou o odeie, caro leitor. Mas é algo incontestável. E é para quem mantém atenção a sua carreira que o cantor supera cada dificuldade e consegue viajar pelo mundo levando sua arte e seu talento.
Escrito por: Marcelo Prudente