Já é mais do que sabido e comprovado que o Brasil faz parte do cronograma e rota obrigatória dos principais artistas internacionais dos mais diversos estilos, e é aproveitando dessa realidade que o público brasileiro não perde tempo e retribui colocando-se como um dos mais receptivos e calorosos do mundo. E é nessa entoada que os fãs brasileiros de rock/metal dão as boas vindas e expressam sua gratidão a seus – heróis – músicos favoritos.
E numa luta digna de titãs que a banda americana Black Label Society travou uma batalha sonora com o público carioca, na última sexta-feira, dia 08, onde os riffs e os solos do mestre de cerimônia, Zakk Wylde, degladiavam e, ao mesmo tempo, uniam-se à massa sonora do público, transformando o Circo Voador numa bomba de hidrogênio, visto tamanha energia do público e artista.
Divulgando o mais recente álbum de estúdio, Catacombs of Black Vatican, o ‘guitar hero’, Wylde, trouxe alguns dos melhores momentos de sua carreira solo. Com grande presença de palco e uma banda afiada – completada por Dario Lorina (guitarra); John DeServio (baixo) e Chad Szeliga (bateria) – a noite começa com os riffs das vibrantes “The Beggining…At Last” e “Funeral Bell’, e foi assim: sem perder tempo mesmo que o peso “Bleed for Me” ecoou e fez tremer as estruturas da tenda do Circo
O líder Zakk Wylde é adepto do fale menos e toque mais, ou seja, o foco é, como deveria ser a apresentação de todo e qualquer músico, a 1ª arte, no entanto, mesmo com poucas palavras o guitarrista/vocalista consegue cativar os fãs que formam, segundo o próprio Wylde, a família Black Label Society.
E já que foco é falar menos e tocar mais, a apresentação de uma hora e meia de duração contemplou considerável número de canções que, de maneira ou outra, conseguiu mostrar as diferentes facetas e momentos da banda. Temas como as novas “Heart of Darkness”, “Angel of Mercy” e “My Dying Time” encontraram boa sinergia com as já clássicas “Stillborn”, “Suicide Messiah”, “Godspeed Hellbound”, “The Blessed Hellride” e “Concrete Jungle”.
Apontar falhas ou deslizes na performance dos músicos seria como, no ditado popular, procurar agulha em um palheiro, e sendo demasiadamente criterioso, as bolas fora ficaram por conta das falhas no microfone que, vez ou outra, cismava embolar e ausência de alguns temas do teor de “Fire It Up”e “Genocide Junkies”.
Zakk Wylde é um músico que faz parte do seleto time do primeiro escalão da música pesada. Além disso, falar de sua técnica e sua importância dentro do universo das seis cordas é ser redundante a algo que está claro a todos, seja fã de sua arte ou não, mas é fato que prestigiar uma apresentação do ‘viking americano’ é uma experiência que todo fã de música pesada deveria vivenciar.
Escrito por: Marcelo Prudente
Foto: Alessandra Tolc