A afirmação: Não se faz mais artistas como antigamente, pode render discussões acaloradas entre diferentes gerações, no entanto, seria de uma infinita miopia não reconhecer o quão especiais, talentosos e geniais são os artistas que pipocaram, por exemplo, na década de 1980 com hits imortalizados por centenas de milhares de fãs ao redor do mundo e que, sem dúvida alguma, foram aprovados e legitimados com louvor, diga-se, no implacável teste.
E é neste seleto grupo de artistas de talento e carisma ímpares que está o vocalista, guitarrista e compositor canadense, Bryan Adams. E foi para celebrar o mais recente álbum de estúdio Get up (2015), bem como os eternos clássicos de sua carreira que Bryan aportou ontem (27) na cidade do Rio de Janeiro, onde tocou para uma plateia que transpirava vibração, animação e muita alegria em prestigiar um dos maiores músicos e performers em seu habitat natural: o palco.
Sem rodeios, os fãs mais objetivos diriam fácil, fácil, que o show fora um ‘best of’, o que seria a forma mais direta e concisa de descrever a noite de ontem para àqueles que não puderam estar presente no Metropolitan. Todavia, Bryan merece, e muito, mais apreço e adulação, já que sacar de primeira as energéticas Do What Ya Gotta Do e Can’t Stop This Thing We Started é de fazer qualquer um esquecer os problemas do cotidiano e se embalar numa dimensão de pura diversão.
E fora com o quê de diversão que o rockabilly de Don’t Even Try fora recepcionada pelo público carioca. Os hits radiofônicos como Run to You, Heaven, (Everything I Do) I Do It for You, Somebody e Have You Ever Really Loved a Woman? mostraram o porquê de serem alguns dos momentos de maior destaque em toda carreira, e lógico, nas apresentações de Adams, já que a participação dos fãs cantando cada verso e melodia das respectivas canções emociona e sensibiliza até o mais apático e desanimado ser do mundo.
Certo da qualidade e vigor de suas canções, Bryan não poupou em trazer temas mais novos intercalados aos clássicos, com isso, músicas como Go Down Rockin’, Brand New Day, 18 til I Die, Heat of the Night, We Did It All e Summer of ’69 trouxeram uma dinâmica agradável e prazerosa à apresentação do canadense. E por citar o adjetivo agradável, é dessa forma que a persona de Adams se apresenta, já que carisma, encanto e simpatia são predicados inerentes à Bryan, seja tirando selfies com público; lendo os inúmeros cartazes dos fãs; falando palavras em português como: Mexe a bunda, muitos beijinhos e jurando amores ao público carioca e tirando sarro da forma que os brasileiros pronunciam seu nome.
E fora com muita diversão, carisma e simpatia que as quase duas horas e meia de apresentação passaram como num piscar de olhos, tendo no protagonista da festa o responsável por trazer o suprassumo de sua carreira aos fãs cariocas, marcando sua segunda passagem pela capital fluminense de forma extremamente benéfica e atestando com sobras, diga-se, que hoje em dia há uma ilimitada escassez de artistas de seu quilate.