Celebrar uma carreira que beira os vinte anos de atividades, dispondo de grandes álbuns de estúdio que, dada as suas respectivas épocas de lançamento, marcaram de forma positiva e significativa a história do heavy metal não é para qualquer banda. Muitos grupos sonham, no entanto, pouquíssimos conquistam tal marca. A banda italiana, Lacuna Coil, é uma das felizardas que tem o luxo de contar com oito maravilhosos discos de estúdio e colecionar conquistas e predicados por onde quer que sua arte tenha chegado.
O RockBizz foi bater um papo – pouco antes da maravilhosa apresentação do Rio de Janeiro, no último dia 10 (confira nossa cobertura aqui) – amistoso com a bela e simpaticíssima Cristina Scabbia e com o não menos gente finíssima, Andrea Ferro, para saber um pouco mais sobre o novo álbum de estúdio, Delirium; as trocas de integrantes; os novos membros da banda; a celebração dos vinte anos de carreira; os primórdios do grupo e muito mais. Então, pode colocar o novo álbum dos italianos para tocar e apreciar sem moderação o bate papo a seguir.
O que vocês podem nos contar sobre o novo álbum, Delirium?
Cristina Scabbia: É o disco mais pesado que já fizemos! O tema principal do disco são as doenças mentais tanto no aspecto médico quanto em um sentido mais amplo como nos momentos malucos que temos em nossas vidas e a loucura que está acontecendo no mundo agora. Nós falamos sobre síndromes, depressão, a dor de passar momentos difíceis na vida. É um álbum bem intenso, o mais obscuro e mais pesado que já fizemos.
Vocês acham que o novo álbum se encaixa na discografia da banda?
Cristina: Se encaixa porque são as mesmas pessoas escrevendo as músicas! Marco (Coti Zelati) é responsável pelas músicas e Andrea (Ferro) e eu os responsáveis pelas letras e músicas. Eu acho que encaixa no sentido de termos sempre novas influências, e pelo fato de contar com reminiscências até mesmo de nossos primeiros EP’s e Demos. Além disso, os guturais voltaram e de forma bem proeminente, então, diria que sim.
Andrea Ferro: Se você escutar nossa discografia, todos os álbuns são um pouco diferente do outro. Mas, ao mesmo tempo, ainda mantêm as características marcantes como os dois vocais, as partes mais melódicas, felizes, obscuras, melancólicas, os refrãos, ou seja, no final, todos os elementos estão lá e é apenas uma nova mistura de nosso estilo, basicamente.
Vocês concordam que se compararmos o Lacuna Coil das seguintes fases: o álbum de estreia, In a Reverie; o segundo disco, Unleashed Memories, e, por fim, o álbum Comalies, se vê, claramente, grande disparidade no amadurecimento do grupo e se nota, facilmente, uma banda em grande ascensão e mudanças?
Cristina: Como disse Andrea: “Cada álbum é diferente do outro!” É claro que no primeiro EP que lançamos, nós éramos uma banda nova, ingênua, não conhecíamos muito sobre gravação e composição, nosso inglês era mais ou menos porque estávamos começando, então, disco após disco, nós desenvolvemos algumas habilidades e mudamos nosso gosto.
Eu concordo em relação ao Unleashed Memories, porque foi naquele momento que nós começamos a nos tornar mais profissionais e entendidos, principalmente em relação à composição. Já o Comalies foi o disco que nos fez explodir, o que foi uma grande surpresa.
Foi uma surpresa o sucesso de Comalies?
Andrea: Sim! A gente não esperava que fosse fazer tanto sucesso, já que ele foi uma progressão natural do que fizemos em Unleashed Memories, então, a gente não imaginava, por exemplo, que Heaven’s a Lie se tornaria um grande single, tocaria nas rádios dos Estados Unidos e que o vídeo se tornaria tão popular. Não esperávamos que isso fosse acontecer. Nós esperávamos o crescimento normal de uma banda, talvez um pouco maior em relação à Unleashed Memories, mas jamais na magnitude que foi em Comalies.
Uma coisa que eu sempre adorei no Lacuna Coi é que a banda nunca repetiu a fórmula de um disco duas vezes. Há o estilo e o DNA da banda, mas nunca é uma repetição.
Cristina: O louco nisso é que se você considerar o público: terão as pessoas que vão querer ouvir as mesmas coisas sempre, porque estão acostumadas e apegadas a um álbum ou a alguma música. E do outro lado, há as pessoas que gostam de bandas que experimentam e trazem coisas novas à mesa. Eu acho que é importante, em nosso caso, ser criativo e não ficar preso na mesma coisa para sempre só porque fizemos anteriormente e deu certo. Não é o caso de não gostarmos do que fizemos no passado, mas cada álbum pertence a um especifica época, então, sempre que vamos escrever um novo disco, nós consideramos o que estamos vivendo, nossas experiências ou se escutamos alguma coisa nova que gostamos e até mesmo se há alguma tecnologia que possamos incorporar em nosso álbum. Então, cada disco é contemporâneo, mas, ao mesmo tempo, mantém nossas características!
Andrea: Uma vez que você encontra o estilo da banda, as características como os dois vocais, guitarras pesadas e melódicas. Uma vez que você tem isso, por exemplo, e começa a tocar, todo mundo vai reconhecer como o seu som, mesmo se for mais pesado, obscuro ou leve, sempre vão reconhecer o estilo da banda, o DNA. É isso o que nós gostamos na nossa banda, e é por isso que temos fãs bem novos em nossos shows e pessoas que nos seguem desde 1996 e 1997. Tem gente bem nova que descobriu a banda em Broken Crow Halo (2014) ou Shallow Life (2009) ou mesmo no disco mais novo (Delirium – 2016). Então, nós sempre temos esse ‘mix’ de pessoas, porque o Lacuna Coil é uma banda que gosta de ser e soar interessante nos dias de hoje. Se formos lançar um disco hoje, 2017, nós queremos soar como algo produzido em 2017. No entanto, a gente não vai mudar totalmente o estilo da banda.
Vocês não vão tocar jazz, não é mesmo?
Andrea: Exatamente! Nós não vamos tocar reggae ou jazz, vamos sempre fazer um disco de metal, mas ele pode ser mais pesado, leve, progressivo ou obscuro.
Delirium é o primeiro álbum com o baterista Ryan Folden. Como foi trabalhar com ele em estúdio? O que ele adiciona à música do Lacuna Coil?
Cristina: Ele adicionou muita coisa, porque ele é uma baterista completamente diferente do nosso anterior (Cristiano ‘CriZ’ Mozzati) e tem um estilo diferente, com isso, o Marco (Coti Zelati), ao escrever as músicas, pode experimentar mais e de diferentes formas. Além disso, Ryan ficou em Milão, na casa do Marco, durante um tempo entre duas turnês, ou seja, eles tiveram a oportunidade de comporem juntos e criar coisas de acordo com o estilo de Ryan. E ele (Ryan Folden) adicionou muito, afinal, a bateria é muito importante num disco e banda, é como o motor da banda! Nas apresentações ao vivo e disco faz uma diferença imensa.
Andrea: Ryan gravou todas as músicas em três dias, incluindo as canções bônus, ou seja, foi muito rápido. Ele é o novo elemento da banda, mas, ao mesmo tempo, já está com a gente há oito anos, porque ele era nosso ‘drum tech’ no começo. Depois, começou a tocar no lugar do Cristiano (Mozzati) quando ele não podia fazer a turnê por conta da filha recém nascida, com isso, Ryan começou a substituí-lo e acabou que o Cristiano se aposentou da banda, então, para nós, foi uma escolha natural que nós o convidasse para se juntar à banda, porque já nos conhecíamos, tínhamos excursionados juntos e éramos amigos.
Cristina: É muito importante para nós trabalhar com membros da banda que sejam parte da família! Não apenas o Ryan, mas também o Diego (Cavallotti) que se junto à banda depois do lançamento do novo álbum. Diego está no disco (Delirium), ele fez dois solos, mas não estava na banda na época, porque foi uma coisa que decidimos depois. É muito importante para quem quer esteja no Lacuna Coil que seja parte da família.
Myles Kennedy, do Alter Bridge, e Mark Vollelunga, do Nothing More, gravaram alguns solos de guitarra para Delirium. Como foi tê-los no álbum?
Cristina: Tudo aconteceu porque queríamos ter alguns convidados no disco, e o Maus (Marco Biazzi – guitarra) decidiu se aposentar, então, foi nossa chance de trabalhar com diferentes pessoas e ver o que poderiam trazer a nossa música. Então, imediatamente, nós pensamos em Myles (Kennedy) porque eu já tinha trabalhado com ele há alguns anos atrás na música Watch Over You (versão em dueto), do Alter Bridge.
Nós o adoramos como pessoa e o admiramos muito! Ele sempre que pode vem conferir nossos shows. Com isso, pensamos nele como um dos convidados, mas claro que a gente esperava um não como resposta, porque ele está sempre muito ocupado com o Slash e o Alter Bridge. Então, perto do último natal, eu mandei mensagem para ele dizendo: “Primeiro de tudo, feliz natal; como você está e tal”. Aí, comentei que estávamos fazendo um novo disco, e perguntei se ele queria se juntar a nós e fazer um solo. Ele disse que sim e me pediu para mandar algumas músicas para que ele escolhesse uma que mais gostasse, e acabou sendo Downfall. Então, ele gravou o solo e mandou para o estúdio onde estávamos mixando e gravando o disco e adicionamos o solo dele ao nosso material.
Ele é um grande vocalista e um ótimo guitarrista, também!
Cristina: Sim! E não é todo mundo que sabe que ele é um ótimo guitarrista. Muito talentoso e muito humilde!
Delirium é o primeiro álbum sem os guitarristas Cristiano Migliore e Marco Biazzi e o baterista Cristiano Mozzati. Como foi essa experiência?
Cristina: Vou esclarecer tudo para você! Cristiano Migliore e o Cristiano Mozzati, guitarrista e baterista, respectivamente, saíram antes do álbum, Broken Crow Halo (2014), mas decidiram estar no álbum para fazer uma celebração, algo como: “Vamos fazer esse disco todo mundo junto e será como nosso adeus”. Então, eles já haviam saído da banda antes de Broken Crow Halo, mesmo eles estando no lançamento e na gravação do disco. Algumas pessoas podem pensar e ter impressão que eles saíram depois de Broken Crow Halo, mas já fazia um tempo que eles tinham saído.
Maus (Marco Biazzi) saiu mais recentemente! Ele saiu antes de gravarmos Delirium, então, foi uma separação mais recente. Mas, honestamente, não teve grandes diferenças, porque, como disse antes, o centro da banda sempre foi Marco (Coti Zelati), Andrea (Ferro) e eu, então, o processo de composição não mudou, não tivemos que nos adaptar. Não teve aquela situação: “Oh meu Deus, quem vai compor as músicas agora?” O centro da banda está intacto, não sentimos nenhuma pressão especial para mudar nossa metodologia de trabalho, afinal, tem sido sempre nós três nos reunindo e trocando ideias pelo computador.
Andrea: Especialmente no período mais recente, eles (Cristiano Migliore; Cristiano Mozzati e Marco Biazzi) não estavam contribuindo muito com a banda. No começo era diferente, quando nós fizemos Comalies (2002), eu me lembro do Cristiano (Migliore) trazendo ideias. O último disco que ele contribuiu mais foi Shallow Life (2009). Depois disso, a composição ficou concentrada em nós três (Marco Coti Zelati; Cristina Scabbia e Andrea Ferro). Teve, sim, um pouco de todo mundo, com certeza, mas nós três que trabalhamos como unidade desde que começamos a gravar, por isso acredito que nós não tenhamos mudado muito em Delirium.
Cristina: E você se adapta naturalmente porque, obviamente, as prioridades na vida das pessoas mudam: algumas decidem fazer algo diferente; outras não querem estar muito em turnê; tem gente que quer focar na família; há pessoas que não gostam de tocar mais, ou seja, têm várias razões. O que é muito importante que se as pessoas quiserem estar numa banda têm que estar muito apaixonado, porque não é fácil.
Andrea: Nós não ficamos bravos com eles, porque entendemos que se cansaram do estilo de vida e o fato de não quererem mais fazer música. Se você não sente mais a paixão, você só verá a parte negativa como estar longe de casa durante muito tempo, viagens e poucas horas de sono, por exemplo. É importante que se você está aqui é porque quer, caso contrário você não vai conseguir fazer esse trabalho, porque é difícil e você verá só a parte ruim da coisa.
Cristina: A gente não está reclamando, mas não tem só a parte bonita e legal que todo mundo vê, não é só aparecer em capas de revistas, viagens e fãs. É muito mais que isso!
Diego Cavalloti está excursionando com você, ele será o guitarrista permanente da banda?
Cristina: Ele provavelmente será! Ele está com a gente há mais de um ano e se encaixa perfeitamente. É um cara muito legal e um ótimo guitarrista!
Andrea: Ele ainda não o é, mas é mais pelo fato de não termos anunciado e estarmos terminando essa parte da turnê! Sentimos-nos felizes de estar na banda e felizes de estar com ele, então, Diego é o candidato natural em ser nosso guitarrista. A gente só não quer anunciar agora!
Cristina: Não é um anúncio oficial que vai adicionar algo. Então, até agora está ótimo como está!
Quem é Lacuna Coil em 2017?
Cristina: É uma banda com muita paixão, com músicos e cantores muito motivados, fazendo o que amam e usando a música como terapia para si mesmos. Somos pessoas que aprenderam muito por conta dessas experiências e somos grandemente agradecidos por isso.
Andrea: E hoje nós estamos mais cientes do que é estar e o quê significa estar em uma banda e o legado que você deixará para as pessoas daqui a alguns anos. A experiência te deixa entender melhor o quão importante a banda é para as pessoas, alheio ao fato de você escrever as músicas. A gente tocou em Belo Horizonte, e lá tinha pessoas esperando por esse show há quinze anos, o que é maravilhoso. Isso não é algo que a gente pensa quando estamos em nossas casas compondo nossas músicas, do outro lado do mundo, e aí vemos, depois, todas essas pessoas amando você e sua música.
Cristina: É uma ligação louca que a música cria!
Andrea: É algo que você só aprecia quando tem mais experiência, porque quando éramos mais novos a gente pensava: “Mais uma turnê? Vou ter que ficar viajando por três meses?” Você nem imagina que existem pessoas que estão esperando a vida toda para te ver. Agora, nós valorizamos muito mais tudo que acontece com a banda.
Como vocês descreveriam a vibração da banda hoje em dia?
Cristina: Está maravilhosa! Como disse anteriormente: Nós estamos motivados da mesma maneira; queremos estar aqui, compor e tocar boas músicas, fazer vídeos, sessão de fotos, ser criativos.
Ser realmente um time!
Cristina: Somos, com certeza, um time! É um trabalho de time, porque todo mundo adiciona alguma coisa. Tem os compositores principais, mas precisa de muito mais que isso, especialmente nos shows ao vivo, que demanda muita energia e química entre todos nós, e estamos indo muito bem.
Andrea: A gente está se divertindo muito mais agora em relação à época em que éramos mais novos. Ryan e Diego são jovens e têm muito daquele entusiasmo que, às vezes, você perde por fazer aquilo durante muitos, muitos, anos. Eles renovaram nossa energia!
Qual é o momento de maior destaque na carreira da banda para vocês?
Cristina: (rindo) Oh meu Deus! Nós estamos falando de quase vinte anos (mais risos). Nossa, são muitos!
Andrea: Eu diria o Ozzfest, de 2004, quando o Comalies explodiu nos Estados Unidos, porque foi o momento que vimos que a banda estava crescendo, afinal, estávamos lá com o Black Sabbath, Slayer, Judas Priest, Dimmu Borgir, Slipknot, Hatebreed, ou seja, muitas bandas grandes que a gente só via nas revistas. Foi nesse momento que nós nos vimos, pela primeira vez, na primeira liga de bandas, saindo de uma banda do underground italiano a uma que estava no mesmo palco dessas bandas. Esse foi o grande passo em nossa carreira!
Cristina: E o fato de podermos levar nossa música para todos os lugares do mundo é o que nos deixa muito orgulhosos, e isso pode ser considerado o maior destaque em si, já que não tinha nenhuma banda da Itália, seja de metal ou não, que tenha se tornado tão grande no mundo. Nós podemos tocar no Brasil, Japão, Europa, América do Norte, ou seja, podemos tocar em todos os lugares que temos fãs, o que é maravilhoso. O destaque também é que estamos aqui depois de quase vinte anos!
Andrea: Em cada disco feito, nós colocamos coisas novas como, por exemplo, a música Spellbound, que foi nosso primeiro single que atingiu as rádios e alcançou boas posições nos Estados Unidos; na última turnê fomos para Filipinas pela primeira vez, e tocamos num estádio, como headliner, para vinte mil pessoas e com pirotecnia no palco, e foi a primeira para nós fazer algo desse tamanho. Então, tem sempre algo novo acontecendo com a banda, nós ganhamos prêmios de Melhor Banda Internacional, da Metal Hammer alemã, em vinte anos de carreira, o que é nada convencional, afinal, você ganha prêmios quando é uma banda nova, e nós, com vinte anos de estrada, ainda colecionamos prêmios, o que acaba sendo até mais importante, afinal, significa que você está em constante crescimento e mantendo a qualidade no trabalho.
E qual foi o momento mais difícil para o Lacuna Coil?
Cristina: Eu não diria que houve um o momento mais difícil a ponto de colocar a banda em risco, mas foi bem triste quando Cristiano Mozzati e Cristiano Migliore deixaram a banda, porque sabíamos que era a vontade deles sair e a nossa de continuar. A gente estava triste e feliz ao mesmo tempo, então, foi um momento estranho. Mas eu não consigo pensar em momento difícil mesmo.
Estou perguntando isso, porque se a gente verificar a discografia da banda, por exemplo, não se encontra um disco ruim ou algo que deprecie a banda. Então, se houver algo ruim ou difícil deve ser algo bem interno.
Andrea: Você pode gostar mais de um disco ou de outro, porque, talvez, o seu gosto seja mais atual ou ‘old school’, no entanto, a gente coloca no disco o que acreditamos, e, com certeza, não vamos lançar um álbum por lançar. Um disco demanda muita energia para ser escrito, especialmente para nós que não escrevemos música na estrada, ou seja, não fazemos um disco em três dias, isso não é para nós. Para nós, o disco leva meses para ser feito, mesmo que tenhamos muitas ideias é preciso ouvi-las e seleciona-las. A gente se encontra todo dia, e tem dia que a gente só conversa, não tocamos ou gravamos nada. Ás vezes, a gente passa dias só trocando ideia. É um longo processo até chegar ao ponto de começarmos a gravar, e a gravação leva uns seis ou sete meses para nós. E mais, é importante para nós o fato de quando formos fazer um álbum que ele seja exatamente aquilo que queremos fazer, você até pode gostar mais ou menos, mas aquilo que está lá no disco é o que precisa ser dito por nós.
Quais os planos futuros?
Cristina: Bem, agora estamos fazendo América do Sul, voltaremos para Itália e depois teremos uma turnê com o Arch Enemy. Vamos tocar em Israel, pela primeira vez; vamos fazer muitos festivais e tocaremos na Rússia. Então, basicamente, estaremos em turnê até o final desse ano, e provavelmente vamos começar a juntar ideias para o próximo álbum.
Há planos para algum DVD ou disco ao vivo?
Andrea: Teremos uma surpresa, porque no final do ano a banda completa vinte anos de carreira, com isso, vamos organizar algo bem especial, vamos anunciar em breve.
Vocês se lembram do primeiro show de vocês com o Lacuna Coil?
Cristina: Eu lembro que foi na Alemanha, em dezembro de 1997, e estávamos em turnê com o Moonspell. Eu não me lembro do show em si, mas recordo que estava com muito medo, afinal, eu não tinha nenhuma experiência ao vivo, e essa foi, basicamente, nossa primeira turnê. A gente era como uma banda local que conseguiu um contrato e começou a excursionar em outros países. Eu me lembro de ser muito tímida, época legal e bem assustadora (risos).
Andrea: Eu não me lembro, especificamente, do primeiro show, mas lembro da turnê, da vibração, tudo era uma surpresa. A gente não sabia nada de turnês e nem de gravação quando fizemos nosso primeiro EP em estúdio. Nós só tínhamos gravado umas demos, nunca tínhamos gravado com um produtor profissional como Waldemar Sorychta, então, tudo era novo e excitante para nós.
Já pensaram em ter o próprio festival?
Cristina: Sim! Já pensamos a respeito, mas acaba que é o seu show com outras bandas juntas.
Andrea: Se formos fazer, terá que ser algo especial, não apenas nós e outras três bandas. Tem que ter algo a mais!
Cristina: Tem que ter algo além da música, algo mais complexo, o que não é nada fácil de fazer.
Alguma mensagem final?
Cristina: Queremos agradecer a todos os nossos fãs brasileiros, estamos nos divertindo muito aqui! Vocês são maravilhosos e nos apoiam muito! Adoro a forma que vocês participam dos shows, e acaba que no final vocês que são o show. Muito obrigada!