The Police: Gravação final de Every Breath You Take gerou briga entre os músicos

O grande hit do The Police, Every Breath You Take, chegou ao vocalista e baixista Sting em uma epifania, como uma onda de inspiração enquanto visitava o resort Goldeneye do criador de James Bond, Ian Fleming, na Jamaica.

“Acordei no meio da noite com aquela frase – ‘cada respiração que você der, cada movimento que você fizer, estarei observando você’ – na minha cabeça”, lembrou Sting em 1993 (via UCR). “Me sentei ao piano e escrevi a canção em meia hora”.

O cantor então trabalhou sozinho na demo inicial da música em um órgão Hammond em outubro de 1982, no Utopia Studios, Londres, Inglaterra.

“A música em si é genérica; ela é um agregado de centenas de outras, mas as palavras são interessantes”, confidenciou o artista tempos depois ao The Independent. “Parece uma canção de amor reconfortante, mas não percebi o quão sinistra é. Acho que estava pensando no Big Brother, na vigilância e no controle”.

Mas as sessões para transformar a demo de Sting em uma música completa, realizadas no AIR Studios, na ilha caribenha de Montserrat, foram simplesmente insuportáveis.

“Foi difícil porque Sting escreveu uma música muito boa, mas não havia guitarra nela”, pontuou o guitarrista Andy Summers à revista Revolver.

“Ele tinha um órgão Hammond que soava como Billy Preston. Certamente não soava como o Police com aquela grande parte do sintetizador. Passamos cerca de seis semanas gravando apenas a bateria e o baixo. Era uma sequência de acordes simples e clássica, mas não conseguíamos concordar sobre como fazê-la”.

Depois houve a questão das baquetas escorregadias de Stewart Copeland. “A gravação propriamente dita começou com muitas tomadas da faixa de apoio, porque Stewart geralmente estragava tudo”, contou o produtor Hugh Padgham ao Sound on Sound.

“Estava muito, muito quente, não havia ar condicionado onde ele tocava e ele estava muito suado”, acrescentou. “Então às vezes as baquetas voavam de suas mãos quando tudo ficava muito emocionante”.

Sting muitas vezes exigia repetições mesmo se houvesse algo pequeno – como um preenchimento de bateria que ele sentisse que estava fora do lugar – mas depois ficava inquieto com o processo.

“Lembre-se, isso foi antes do Pro Tools”, disse Padgham. “E mesmo que fosse Sting envolvido nessas decisões, ainda seria difícil manter seu interesse. Ele não é do tipo que demonstra paciência ou qualquer interesse em técnicas de estúdio”.

Summers finalmente teve um momento inovador. “Eu estava fazendo um álbum com Robert Fripp e estava experimentando tocar duetos de violino com o [compositor húngaro Bela] Bartok e criei um novo riff”, disse ele à Revolver.

“Quando Sting disse: ‘vá e faça o seu’, eu fui e coloquei aquele lick de guitarra, e imediatamente soubemos que tínhamos algo especial”.

Depois disso, houve divergências sobre o crédito das composições, já que a parte da guitarra de Summers se tornou tão importante e a demo deixa claro o que ainda estava faltando.

Ouça abaixo a demo e a versão final de Every Breath You Take:

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