Edu Falaschi faz show nostálgico repleto de sucessos e com problemas técnicos em Porto Alegre

Um sábado que começou chuvoso se transformou em um dia de céu limpo após semanas de tempo tomado por fumaça das queimadas que arrebataram quase todo o país. Dessa forma, o efeito levou boa parte da população para aproveitar o sábado. Para os fãs de heavy metal, o dia ainda terminaria com uma bela noite de nostalgia. Mais do que relembrar um passado meio distante, os gaúchos puderam presenciar uma grande homenagem ao metal brasileiro com um Edu Falaschi afinadíssimo.

No início da noite, por volta das 18h40, o Noturnall iniciava sua apresentação no icônico Bar Opinião. Com algumas músicas próprias e recados políticos, o ponto alto da noite foi a homenagem ao saudoso Andre Matos tocando Fairy Tale, canção do Shaman, porém, a qualidade de som atrapalhou bastante o tributo da banda e sua apresentação como um todo.

Fruto da eterna dança das cadeiras das bandas de metal brasileiras, o conjunto teve sua origem com ex-membros do Shaman com adição do baterista Aquiles Priester. Mas, de lá pra cá, e como de costume no metal nacional, o Noturnall passou por diversas trocas de formação contando atualmente com Thiago Bianchi (vocal), Henrique Pucci (bateria), Saulo Xakol (baixo) e Victor Franco (guitarra).

A mistura de power metal com riffs pesados funcionou muito bem, com Bianchi sempre interagindo e tendo retorno do público presente. Mais um ponto positivo para a carreira do quarteto.

Rápida mudança de palco e equipamento, com isso, às 20h17h, começou In Excelsis, e aí todo mundo já sabia que 2002 soaria alto na memória, ou seja, todo sabia que seria uma viagem ao tempo e se prepararam para a Nova Era.

O público delirou com a oportunidade de ver mais uma vez a voz daquele Angra. Sem parar, veio Acid Rain. Seguindo à risca o repertório de Rebirth World Tour – Live In São Paulo, o espetáculo brindou os fãs com a poderosa Angels Cry. A canção foi a primeira da época em que Andre Matos comandava o microfone do Angra.

A balada Heroes of Sand acalmou os ânimos, mas nãos as gargantas, pois foi cantada de forma uníssona e se mostrou como um dos momentos mais marcantes da noite. Em Metal Icarus veio a primeira interação de Edu com o público, que convidou todos os presentes a viajar na história do metal nacional com o clássico DVD.

Make Believe foi um dos pontos altos de Edu na noite! Na versão original da música, Andre foi até o limite de sua voz, o que sempre se mostrou como um ponto de dificuldade para Falaschi. No entanto, agora em 2024, a apresentação do cantor foi impecável, atingindo todos os agudos e com muita tranquilidade.

Um problema técnico na guitarra de Diogo Mafra Impediu que Unholy Wars ganhasse o merecido holofote. Enquanto isso, o frontman improvisou e se preparou para Rebirth, contudo, os problemas prosseguiram. Graças aos bons deuses do metal, o tempo foi suficiente para arrumarem a casa e voltarem ao planejado.

Edu conversou com o público sobre a campanha de arrecadação para o Rio Grande do Sul após as enchentes que assolaram e devastaram o estado tempos atrás. Duas ONGs foram selecionadas para receber a doação do artista: a primeira foi a Horta Comunitária, a qual atende mais 100 famílias e crianças, e a outra foi o Sopão Solidário. O valor de aproximadamente 20 mil reais foi dividido entre as duas instituições.

Depois disso, a banda tentou mais uma vez tirar da cartola o hit Rebirth, mas não logrou sucesso, devido os problemas técnicos com o violão de Edu, que insistia em atrapalhar a festa. A música ficou para mais tarde, abrindo espaço para outro clássico, Time, som presente no debute do Angra, Angels Cry, de 1993.

Mais uma vez, Edu deu um show à parte usando seu vocal de forma impecável. Running Alone encerraria a primeira parte da apresentação, mas finalmente veio ela, a Rebirth! Quem já assistiu a algum show do Angra ou de Edu nesses vinte e tantos anos sabe muito bem a sensação e o quão especial é esse momento.

Para o bis, os músicos não deram folga e atacaram com uma sequência mortal composta por Nothing to Say e Carry On, com suas respectivas introduções para dar todo o clima.

Diferente do repertório presente em Rebirth World Tour – Live In São Paulo, os músicos incluíram no set o cover de The Number of the Beast, do Iron Maiden. A coisa, no entanto, ficou muito boa, pois Edu a substituiu pela poderosa Spread Your Fire, canção do excelente disco Temple of Shadows.

O saldo final da noite foi uma casa de show cheia mostrando o quão importante foi o Angra no Brasil neste século 21. Além disso, apontou a influência do grupo em toda uma geração que ainda vive dessa nostalgia enquanto nenhuma outra banda ocupa o espaço criativo e de popularidade deixado por eles no finalzinho dos anos 2000.

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